A partir de Nota Bibliográfica (Wilson Lousada) e Prefácio
(Tristão de Athayde) descortino um pouco sobre José Veríssimo, que
nasceu em Belém do Pará, em 08 de abril de 1857, e faleceu em 02 de
fevereiro de 1916. O autor mudou-se para o Rio de Janeiro, capital do
Pais, de então. Lá estudou no Colégio Pedro II, e foi jornalista, como
exemplo, no Jornal do Brasil. Cítico de sua época, afirmou que a
Literatura Brasileira só ganhou autonomia com o Romantismo, estando,
antes disso, vinculada à Literatura Portuguesa. Foi notável por criticar
o nacionalismo e, além disto, por ter um enfoque objetivo, em
detrimento de um olhar subjetivo. Sua época de atuação foi de modo maior
o Realismo.
Na Introdução de sua obra sempre atual, História da Literatura Brasileira,
alguns pontos ganham destaque. "Literatura é arte literária. Somente o
escrito com o propósito ou a intuição dessa arte, isto é, com os
artifícios de invenção e de composição que a constituem é, a meu ver
literatura"(1969, p. 10). Ou ainda com crítica mordaz: "A história da
literatura brasileira é, no meu conceito, a história do que nossa
atividade literária sobrevive na memória coletiva de nação.[...] Ainda
nela entram muitos nomes que podiam sem inconveniente ser omitidos, pois
de fato bem pouco ou quase nada representam. [...]"
Para encerrar a Introdução de sua obra, Veríssimo assinala: "Por motivos
óbvios de discrição literária não quisera este livro ocupar senão de
mortos. Esta norma, porém, era quase impossível segui-la na última fase
da nossa literatura, vivendo ainda, como felizmente vivem, alguns dos
principais representantes dos movimentos literários nela ocorridos;
calar-lhes os nomes seria deixar suspensa a história desses movimentos.
Ainda assim apenas ocasionalmente, por amor de completar ou esclarecer a
exposição, se dirá de vivos. Tal o espírito em que após mais de vinte e
cinco anos de estudo da nossa literatura empreendo escrever-lhe a
história. Não me anima, em toda a sinceridade o digo, a presunção de
encher nenhuma lacuna nem de prevalecer contra o que do assunto há
escrito, certamente com maior cabedal de saber e mais talento. Não há
matéria que dispense novos estudos." (1969, pp. 15-16)
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